O trio de rock alternativo Infervo disponibilizou nas plataformas de streaming seu álbum de estreia. Batizado com o nome da própria banda, o registro apresenta 10 composições.
Segundo os integrantes, a gravação do primeiro disco foi rápida (dois meses), graças ao trabalho do amigo Rodrigo Avellar que captou as baterias de Mirela e ao incrível produtor Franklin Dahm e sua gravadora a Chimiarecods.
Ainda de acordo com os músicos, o álbum escancara emoções com letras afiadas, sonoridade pulsante e a coragem de falar de tudo aquilo que muitos preferem esconder. Com influências que vão do britpop, guitarras distorcidas dos anos 80 ao emo dos anos 2000, passando por baladas melancólicas e hinos de resistência, o disco apresenta dez faixas que tratam do amor, da identidade, do medo e da vontade urgente de viver — sem censura e sem amarras.
Confira uma faixa a faixa das músicas, feito pelo próprio grupo:
1. Total Ilusão
A faixa de abertura fala sobre a leveza de encontrar alguém que não exige que você mude quem é. Alguém que acolhe e não julga, que entende que o caos também pode ser belo. Inspirada pelo britpop de faixas como Dakota do Stereophonics e Spaceman do The Killers, ‘Total Ilusão’ traz uma energia vibrante e nostálgica, misturando romantismo e liberdade com guitarras afiadas e atmosfera etérea.
2. Sozinho a Dois
A expressão ‘tomado emprestado da banda Hateen’ indica uma das faixas mais emocionais do disco. Ela conta a história de uma pessoa que se doou por completo a um relacionamento — se entregou de corpo e alma, fez de tudo — mas acabou vivendo uma relação sozinha. A canção traduz a dor de perceber que o amor não foi recíproco e que é preciso seguir em frente, mesmo carregando cicatrizes.
3. Morde e Assopra
Uma relação torta disfarçada de amor. “Morde e Assopra” fala sobre aquela pessoa que diz que ama, mas vive machucando. Entre versos irônicos e guitarras sujas, a faixa retrata a confusão emocional de quem tenta entender se está sendo amado ou manipulado. Um desabafo sonoro e direto.
4. Guarda-Chuva
Uma canção de múltiplas camadas. À primeira escuta, ‘Guarda-Chuva’ parece contar a história de uma garota obcecada, que persegue seu namorado pelas ruas — uma narrativa de ciúmes e possessividade. Mas, aos poucos, a letra revela seu verdadeiro significado: trata-se de uma crítica dura à violência policial, inspirada em casos reais de jovens assassinados por portar objetos confundidos com armas. O guarda-chuva, nesse contexto, vira símbolo trágico da brutalidade e do preconceito. É denúncia em forma de poesia, com impacto emocional e social.
5. Estranho no Espelho
Ao contrário do que o nome possa sugerir, essa não é uma faixa sombria — é uma canção de despertar. Fala sobre se olhar no espelho e decidir mudar. É sobre alguém que antes tinha vergonha de se expressar, que se escondia, mas agora escolhe evoluir. Uma música de renascimento, sobre querer ser melhor sem perder sua essência.
6. Esse Lugar
Com clima denso e batidas marcadas, essa faixa fala sobre como certos ambientes — físicos ou simbólicos (um emprego ou quem sabe o Brasil) — colocam as pessoas umas contra as outras. É uma crítica ao tribalismo social, à intolerância e à manipulação. ‘Esse Lugar’ é tanto sobre o mundo lá fora quanto sobre o que carregamos dentro de nós.
7. 11&11
Pop rock vibrante, ’11 e 11′ fala sobre encontros noturnos, química imediata e aquela sensação mágica que faz a gente acreditar em tudo: astrologia, horas iguais, sinais do destino. Quando se está muito afim de alguém, qualquer detalhe vira profecia. Uma canção sobre paixões-relâmpago e os delírios do que vêm junto.
8. O Estranho Mundo de Sofia
A faixa mais agitada do álbum — um retorno intenso ao emo dos anos 2000, com fortes influências de Thanks for the Memories e Dance Dance do Fall Out Boy. A letra, escrita há mais de 15 anos e nunca antes gravada, ressurge agora como um grito contra o conservadorismo. “Sofia” representa o pensamento livre, o inconformismo, a juventude que se recusa a se calar.
9. Noites Sem Fim
Leve, vibrante e com clima de liberdade, ‘Noites Sem Fim’ celebra as madrugadas vividas com os amigos ou com aquela companhia inesperada que muda tudo. Uma homenagem aos rolês que curam, aos momentos que escapam do controle, à beleza de não saber onde a noite vai terminar pra aqueles que buscam no final de semana se libertar e esquecer os problemas.
10. Dança da Morte
A faixa encerra o disco com reflexão e intensidade. ‘Dança da Morte’ fala sobre o medo que temos de não realizar nossos sonhos, sobre o tempo que escorre pelas mãos e a urgência de fazer algo que importe. Uma balada épica e existencial baseada em uma última dança de dois vampiros amantes antes que tudo acabe.