A banda Viana Moog, que tem à frente Everton Cidade — escritor e poeta maldito de São Leopoldo — lançou o single ‘Íris’, que antecipa o novo EP previsto para 2025. Conhecida pela combinação de guitarras dissonantes, atmosferas densas e composições que unem sensibilidade e brutalidade, a Viana Moog atua na cena de rock alternativo, indie e noise do Vale do Sinos e de Porto Alegre, transitando entre a música e a palavra falada em performances marcantes. É um dos tesouros cult que o sul do mundo tem na música.
‘Íris’ apresenta uma estrutura contida e intensa. A música se desenrola como um mantra urbano: sobre uma base crua e precisa, o vocal surge de forma quase falada, ecoando um cansaço existencial. A letra, direta e minimalista, traduz o desgaste emocional abordado na faixa:
“De vontade de saudade.
Variável validade.
Vaidade.
Vaidade.
Deixe-me vir
Eu quero relaxar.
Deixe-me ir.
Tenho que trabalhar.”
Inspirada em obras como “1984”, de George Orwell, “Valis”, de Philip K. Dick, e também em fragmentos de HQs de Diego Gerlach — que também assina a arte da capa do single —, a faixa foi escrita a partir da técnica de cut-up. A composição é de Rogério Beninca e traz influência de melodias orientais. O título faz referência à íris do olho de Hórus, símbolo do feminino e do renascimento.
Gravada no Estúdio Meia Boca, em São Leopoldo, e mixada por Mario Arruda (Supervão), ‘Íris’ integra o novo EP da Viana Moog, que se chamará PU — palavra que significa “barulho” em tupi. “As músicas são basicamente sobre estar desaparecendo dentro de si mesmo”, explica Cidade. “É um disco feito apesar das câmeras, com letras curtas como slogans ruins, como frases perdidas no meio do ruído das cidades.”
A capa, elaborada por Diego Gerlach com Filippi Filippo, resgata imagens clássicas da televisão brasileira como símbolo da influência da mídia no imaginário nacional.
Sobre a Viana Moog
Formada em São Leopoldo, a Viana Moog se destaca por sua incansável trajetória dentro da cena independente do sul do Brasil. A banda lançou o EP “Boêmia Adolescente Após os 30” — incluído no livro 100 Grandes Discos do Rock Gaúcho — e o álbum completo homônimo. “Fazemos algo antiquado artisticamente, que é ser egoísta. Somos uma ilha”, define o idealizador Everton Cidade.
Ficha Técnica:
Música: Rogério Benica
Letra e voz: Everton Cidade
Mixagem e masterização: Mario Arruda
Guitarras João Zimmer e Rogério Beninca
Baixo: Geovane Lacerda
Bateria: Carlos Wolff
Percussão e back vocal: Xingo
*Texto adaptado de release enviado por Leonardo Serafini.